segunda-feira, 7 de junho de 2010

Há tanta vida lá fora


Dizem que, para sermos completos na vida, temos que escrever um livro, ter um filho e plantar uma árvore. Juro que pra mim restou fazer o mais fácil: plantar uma árvore. Afinal, o Bruno logo estará por aí, atrapalhando o meu sono (e o dos vizinhos) e minha tese, posso dizer, é praticamente um livro. Passei no vestibular, fiz mestrado, tive bolsa de pesquisa, arrumei emprego, comprei meu carro, casei... tudo o que se espera de uma mulher contemporânea (e tudo que, muitas vezes, me pego (des) orientando os pobres adolescentes com os quais convivo diariamente)! Mas até onde essas escolhas foram feitas por mim, pelo meu livre arbítrio, de forma super consciente? E até onde foram determinadas, seja lá por quem for? Um problema filosófico, daqueles que eu coloco para meus alunos e que nem eu mesma, confesso, consigo resolver.
Há tanta vida lá fora... livros que quero ler e não consigo, filmes que quero saborear e não tenho tempo, caminhadas despretensiosas pelo bairro, para observar pequenas coisas que não podem ser percebidas quando passamos soltando fumaça pelo carro. Se a gente não nasce, e sim começa a morrer, viver da forma como vivemos é, na verdade, uma imensa burrice.

Mais uma crise existencial...